Oficinas | Habitar Terra Arquitetura para autonomia - Ativando territórios de educação

Há uma falência que precisa ser vista. Uma morte, um fim, um caos que necessita ser reparado e que também toca as noções de território e de método de concepção dos ambientes construídos. A crise atual é, sobretudo, de percepção e sensação. Parece ser urgente reativar a nossa relação afetiva com o território, visto que a Terra é viva. Ela é um ser que respira na visão ameríndia, deusa na visão afro-brasileira, uma máquina de vida na visão de uma certa ciência eurocêntrica. Não é portanto um lugar de extração de recursos supostamente infinitos para manter a concentração deles nas mãos de uma pequeníssima parte de seus viventes, junto a sucessivas catástrofes sociais e ambientais. A colonização infinda dos territórios parece ter adentrado profundamente as nossas células.

Descolonizar os corpos é também reposicionar territórios, desenhos, espaços, coletivos, modos de participar. Em que medida seríamos participativos se a cosmovisão que sustenta a maneira de pensar e agir sobre os territórios segue sendo a colonial e patriarcal? O Habitar Terra, proposto aqui, foi uma pequena parte da metodologia da Terceira Margem. Um método afetivo, participativo e feminista de conceber os ambientes construídos.

São Paulo - SP | 30.03.19