PROJETOS | BIBLIOTECA SEMENTE VIVA
Junto ao projeto da Vaga-Lume de empoderamento das crianças em comunidades rurais na Amazônia. O propósito desta parceria era reformar a biblioteca existente na Comunidade de São Benedito, no Amapá, para enfrentar, sobretudo, o problema de sua umidade.
Estivemos na comunidade com o objetivo de entender a problemática existente, reconhecer o território e elaborar de modo participativo a demanda real de projeto. A construção de demanda para a reforma da então existente Biblioteca dos Sonhos contou com quatro oficinas sensoriais - Habitar Ar, Habitar Água, Habitar Fogo e Habitar Terra - e exercícios de pesquisa e reconhecimento do território. Essa pesquisa foi provocada pela questão: qual mundo queremos habitar? Na medida em que pensar a biblioteca da comunidade era também afirmar um certo mundo. O processo construiu coletivamente desejos sensíveis e profundos assim, a Biblioteca dos Sonhos passa a ser chamada de Biblioteca Semente Viva, ganha outro terreno, amplia seus modos de leitura, pensa em diferentes posições para ler e passa a poder ser também uma fonte de renda.
O processo desta primeira fase foi resumido em vídeo e pode ser visto através deste link.
O projeto consiste na concepção de um espaço para diferentes formas de leitura e está configurado a partir de uma praça central. Esta praça é estruturada por dois edifícios, uma passarela e um pequeno muro além de dois jardins, um na frente e outro nos fundos. O pátio central, repleto de plantas medicinais, será circundado por uma passarela-banco futuramente sombreada por árvores plantadas nas extremidades das edificações. À direita desse pátio de livros vivos, há o edifício principal, redondo e avarandado, destinado a receber a principal atividade da Vaga-Lume junto às crianças da comunidade. Já o edifício retangular, à esquerda, pretende abrigar um ambiente de estudo para os jovens adultos da comunidade que são em grande parte os voluntários do projeto principal.
A etapa de execução de um projeto como esse é uma grande oportunidade de transformação comunitária e de construção de autonomia em relação a aquisição de seus ambientes construídos. Construir, pode ser também, conhecer e preservar ecossistemas locais e expressar as culturas intimamente ligadas a eles, ou regenerar (recriar) ecossistemas e culturas. Além disso, o processo comunitário de construir produz experiências coletivas e conecta os habitantes intimamente ao espaço. Esta etapa, que teve como propósito construir as fundações da nova biblioteca bem como as primeiras camadas das paredes de taipa-de-pilão (terra crua), pode ser vista neste link.
Ano do projeto: 2019
Local: Comunidade Campina de São Benedito | AP
Oficina preparatória: arq. Iazana Guizzo
Projeto e acompanhamento: Terceira Margem | Matéria Base
Imagens renderizadas: Vicente Gonçalves
Registros: Nathalia Botelho
